domingo, 27 de janeiro de 2013

Brasileiros gastam 1,8 bi por ano com antidepressivos


“Tenho depressão e não tenho preconceito com medicamentos. Gosto mais de mim com o remédio. Aprendi que, com ele, não deixo de ser eu mesma. Passo a ser quem eu sou.” Assim, Letícia, psicóloga e professora, de 34 anos, define sua relação com os antidepressivos, mercado que não para de crescer e só no ano passado movimentou R$ 1,85 bilhão, junto com os estabilizadores de humor. A alta é de 16,29% em relação a 2011, quando movimentou R$ 1,59 bilhão. 

 Os dados fazem parte de levantamento feito para o Estado de Minas pelo IMS Health, instituto de pesquisa que faz auditoria para o mercado de medicamentos. Foram 42,33 milhões de caixas vendidas em 2012 dos remédios que ajudam a amenizar desde depressão até a insônia de quem não consegue relaxar, tamanho o estresse do dia – alta de 8,72% em relação a 2011, quando foram vendidas 38,94 milhões de caixas. É como se um a cada cinco brasileiros consumisse uma caixa de antidepressivo ou estabilizador de humor por ano. 

Com preços que podem ir de R$ 8 a mais de R$ 200, a venda de antidepressivos e ansiolíticos coloca o Brasil na liderança mundial. Medicamentos como o clonazepam, princípio ativo do ansiolítico Rivotril, estão entre os mais vendidos do país, à frente até mesmo de pílulas anticoncepcionais e analgésicos. Depois de investir bilhões de dólares, a indústria farmacêutica, para muitos, desvendou a química da felicidade. No país, o faturamento com a comercialização desses medicamentos cresceu mais de 200% nos últimos seis anos. Os números são favoráveis para a indústria, entretanto desafiam especialistas em saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário