quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Hospital Walfredo Gurgel Através de profissional clama a Deus e todos os Santos

                                       
                                                                         

Início com apenas 01 ortopedista de plantão, mais de 20 pacientes na fila do setor de ortopedia;
O único ortopedista de plantão possuia 3 fraturas expostas para operar; Indagado sobre os demais, nos informou que estava só naquele momento: Um dos ortpedistas estava afastado, o outro de férias (férias??? não estão suspensas???), o outro de licença e o outro não havia chegado. Enfim, só vi um ortopedista a noite toda no plantão, sozinho para tudo;

Esse que vos fala, operado de cirurgia dentária, com sutura e dor, mas trabalhando para não desfalcar a equipe da Cirurgia Geral;
Houve vários atendimentos de pacientes gravíssimos, que necessitaram de intubação orotraquel ou cricotiroidostomia, metade das intubações as cegas ou quase, pois estávamos sem aspirador funcionando, falta de respiradores suficientes, metade das intubações feitas no chão, devido a falta de macas altas;
Oito/nove ambulâncias do SAMU retidas no pátio, sem condições de sair, macas presas; e chegando mais;

Só havia tubos traqueais 7 ou 9 Fr, ou seja, ou ficava muito frouxo ou muito apertado, dificultando a intubação dos pacientes graves e a ventilação a posteriori;
Tomografia não parou; Nem raio X e USG;
Não havia dreno de tórax, acreditem, dreno de tórax. Lastimável!!!!

Devido ao esforço em intubar pacientes no chão, eis que começo a sangrar pela cirurgia dentária, então literalmente, senti o gosto de sangue, já que o odor do mesmo e de outros excrementos humanos já habitavam meu olfato desde o início do plantão;

Corredores lotados, aliás, não havia mais corredores, eram depósitos de pessoas, os chamados na atualidade de clientes do SUS, pela tão propagada política de humanização da saúde; Com certeza não eram mais nem clientes ou pacientes, naquela situação assumiam papel de qualquer "coisa", menos de pessoas que necessitavam de cuidados;

Nós, profissionais de saúde, também qualquer "coisa" que vçs queiram imaginar, já estávamos perdendo a batalha, por falta de munição; Dreno de tórax??? Era o de menos.....

E assim fomos até o raiar do dia, gosto de sangue na boca, cansado, desiludido, sem esperança, abandonado, todos nós, eu, meus colegas e os pacientes......ou qualquer "coisa" que os senhores queiram denominar.
Para terminar, quero fazer um comentário sobre os que dizem ser a Medicina um sacerdócio; Pois bem, ontem mais do que nunca, os Padres foram massacrados, surrados, os fiés (que votaram) pisoteados mais uma vez, faltou pão, vinho e óstia na "Igreja de Monsenhor Walfredo", a paróquia de Parnamirim não quiz fazer parte da novena, não colaborou com um só coroinha, não recebia fiel algum, só encaminhava e nós, "Padres do Walfredo" seguimos junto aos fiés, sem fé, sem férias, sem nada, abandonados literalmente pelos Gestores que nos tratam como "qualquer coisa", nós e os fiés, crentes um dia de um "RN maior e melhor". Santa ilusão!!!!!!!!!!!

Socorro CRM/RN; Socorro Monsenhor Walfredo Gurgel, Deus e todos os Santos. Amém.



 

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