quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Feijão acumula inflação de 53,51% no primeiro semestre

O feijão anda salgando o prato do brasileiro — não por causa do tempero, mas do preço. Nos seis primeiros meses deste ano, os preços dos dois principais tipos de feijão consumidos no país, o carioca e o preto, subiram 53,51% e 30,35%, respectivamente, segundo a inflação oficial medida pelo IBGE. O peso do feijão carioca no índice aumentou de 0,21 ponto percentual (p.p), em janeiro, para 0,32 p.p. em junho. Em 12 meses, as altas foram de 74,32% e 31,52%.

Em julho do ano passado, a situação era oposta, lembra Irene Machado, técnica responsável pelo IPCA no IBGE. Os preços de todos os quatro tipos de feijão acumulavam queda em 12 meses no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. O recuo mais expressivo era do feijão carioca (-14,36%), seguido do do preto (-11,84%).

Mas este ano, além das esperadas perdas no Sul do país, a seca no Nordeste levou a uma queda de 26,2% na produção. As situações mais graves ocorreram no Rio Grande do Norte, onde houve a perda de 89,6% na produção de feijão e no Ceará, de 85,4%. E a estratégia dos produtores, explica Irene, ajudou a complicar o cenário:

Como é uma cultura rápida de ser colhida, quando os preços caem, como ocorreu no ano passado, os produtores reduzem a área plantada do feijão, trocando por outras culturas, como milho e soja. Com isso, o preço sobe, há uma compensação, como está ocorrendo agora. Eles então aumentam a área plantada, resultando em um alívio do preço na safra seguinte.

O Brasil produz três safras de feijão a cada temporada de 12 meses. O ciclo começa em agosto e termina em julho do ano seguinte. A primeira safra ocorre predominantemente nos estados do Sul (52%), é plantada de agosto a janeiro e colhida de novembro a abril. A segunda, concentrada na região Nordeste (30%), tem o plantio de janeiro a maio e colheita de abril a agosto. A terceira, também majoritariamente no Nordeste (45%), é plantada de maio a julho e colhida neste mês até outubro.

Fonte: o Globo

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