A eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio, um jesuíta latino-americano,
como novo Papa, sob o nome Francisco, poderá significar um Pontificado
mais “aberto ao mundo exterior” nos próximos anos, na avaliação do
jornalista e acadêmico Luiz Paulo Horta, especialista em Vaticano.
A
característica dos integrantes da Companhia de Jesus é serem voltados
para as “missões” (empreitadas religiosas destinadas a propagar o
cristianismo). É uma concepção de Igreja “para fora”, voltada para os
desafios do novo mundo. Ratzinger, por outro lado, foi muito voltado
para a crise da Igreja Católica na Europa.
Segundo Horta, os dois
últimos pontificados (João Paulo II e Bento XVI) foram marcados pela
centralização das decisões no Vaticano - ao contrário do previsto no
Concílio Vaticano II, que propõe maior participação dos bispos de todo o
mundo nos processos decisórios.
- Por isso, o Papa Francisco deve
tender a uma abertura maior que os seus antecessores. Ele e dom Odilo
Scherer (cardeal brasileiro que estava na lista dos possíveis
escolhidos) podem trabalhar juntos para dinamizar a Igreja - acredita o
jornalista e acadêmico.
Ele explica que a idade afastou Bergoglio
das listas de “papabiles” (candidatos mais cotados para serem eleitos)
discutidas arduamente desde a renúncia de Josef Ratzinger ao papado.
-
Imaginava-se então que o novo Papa seria alguém mais jovem, em termos
de Vaticano, ou seja, de 67, 69 anos. Mas o que importa é que ele tem um
conhecimento teológico profundo, à altura do demonstrado por Bento XVI.
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