Salvador é considerada a pior capital do país para uma mulher encontrar um companheiro

                             
G1- Uma pesquisa do IBGE revela que o número de mulheres é muito superior ao de homens no Brasil. E um dos principais motivos é a violência. Não são todas, mas principalmente as solteiras vivem se queixando: “Se é uma coisa que está faltando aqui em Salvador é homem. Está difícil conseguir um”, reclama a estudante Rebeca Fontes. Já para eles, é deferente: “Não posso me queixar, está dando pra escolher”, comemora o motorista Washington Santana. 

Segundo a pesquisa do IBGE feita nas regiões metropolitanas do Brasil, a desproporção entre homens e mulheres aumentou nos últimos dez anos. Cariocas e baianas estão em maior desvantagem na avaliação por faixas de idade entre 20 e 39 anos.

No Rio de Janeiro, para cada grupo de 100 mulheres, há 11 homens a menos. E Salvador, pelos dados estatísticos, é considerada a pior capital do país para uma mulher encontrar um companheiro: são 85 homens para cem mulheres. Na medida em que a idade aumenta, diminui a quantidade de homens, segundo a pesquisa. E um dos motivos é a violência, principalmente em bairros onde quadrilhas disputam pontos do tráfico de drogas. Nesta guerra, na avaliação do IBGE, os homens se expõem mais.
 
Kátia acabou de perder o filho caçula, que tinha 20 anos. “Sinto uma falta terrível do meu filho. Éramos muito unidos - eu ele, as irmãs, os irmãos. Ele podia ser errado como fosse, mas tirar a vida do meu filho assim, a troco de nada... Furaram meu filho todo de bala”, lamenta.

De acordo com os números do IBGE, em Salvador, de cada quatro mortes violentas, três das vítimas são homens. “O fato de termos homens como protagonistas ou vítimas desse processo, em alguma medida volta a confirmar um comportamento tipicamente masculino. Ou seja, eles se expõem às situações de risco até nas escolhas que fazem quanto à forma de viver suas vidas”, diz Joilson Rodrigues, chefe do escritório do IBGE da Bahia.

O curioso é que no Brasil nascem mais homens do que mulheres, inclusive em Salvador. Mas, segundo a pesquisa, a partir dos 15 anos de idade, as mulheres começam a ser maioria. Dona Nalva também mora em um bairro onde há guerra de quadrilhas. Mas na casa dela, só tem mulher. Ela chama a família de “a casa das sete mulheres”.