Uma pesquisa publicada na renomada revista "Nature", neste domingo
(24), detalha um mecanismo ligado a uma proteína que afeta mais de 200
genes ligados à proliferação celular e ao crescimento de tumores.
Descoberto usando células de linfoma de Hodgkin (uma forma de câncer
que ose origina nos gânglios do sistema linfático), o mecanismo da
proteína CPEB1 é apresentado como um passo para o desenvolvimento de um
tratamento para controlar o crescimento de vários tipos de câncer.
A CPEB1, dizem os cientistas, altera uma região específica de um tipo
de molécula de RNA. "A CPEB1 'tira o freio' de centenas de moléculas de
RNA que estimulam a desdiferenciação celular [quando a célula adulta
passa a agir como embrionária] e a sua proliferação", diz o pesquisador
Raúl Méndez, do Instituto de Pesquisa de Biomedicina de Barcelona, um
dos principais autores do estudo.
Méndez explica que o grupo de proteínas CPEB, que inclui quatro tipos
diferentes, é importante no desenvolvimento celular e na regeneração de
tecidos em adultos. No entanto, se as proteínas ficam em "operação"
continuamente, as células do corpo se dividem nos momentos errados e
formam tumores.
Com a descoberta, os cientistas criaram um caminho teórico para
identificar moléculas que podem ser usadas em um remédio com finalidade
terapêutica, para inibir a ação das proteínas CPEB em tumores, com
poucos efeitos colaterais em células saudáveis.
"Não há remédio atualmente disponível que influencie a regulação da
expressão genética no nível que apresentamos. Nossa descoberta abre uma
hipótese terapêutica pioneira. Estamos otimistas com o potencial de
colocar as proteínas CPEB no alvo", disse Méndez.
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